Uma breve história sobre o Deísmo





Tenho pesquisado sobre o Deísmo amplamente, e conhecido sua historia, aquelas ideias vêm de um livro publicado no ano de 1696, quando Voltaire tinha 2 anos! O livro se chama “O Cristianismo não é misterioso” por John Toland. Nele argumentava que a Revelação não tinha lugar na religião. A Bíblia da mesma forma não tinha autoridade particular: trata-se de um trabalho humano compilado em muitos séculos e não provem de inspiração divina. As pessoas deveriam acreditar apenas no que pode ser racionalmente demonstrado. A crença em milagres, na Trindade, etc, eram simplesmente superstições.

As idéias de Toland foram ainda mais desenvolvidas por Matthew Tindal, que publicou a obra “Cristianismo, tão antigo quanto a criação” em 1730. Um outro representante foi John Locke provavelmente o filosofo mais importante da época. Na obra “Racionalidade do Cristianismo” de 1695 ele apresenta suas ideias, foi um dos livros mais lidos da época.

Deistas britânicos, como Toland e Tindal se consideravam cristãos reformistas, e na visão deles, estavam removendo do Cristianismo o absurdo da superstição acumulada ao longo dos séculos, por tanto completando a obra iniciada por Martinho Lutero. Por aquela época, se tinha um grupo crescente dentro da Igreja Presbiteriana que tentou aplicar as ideias do iluminismo ao Cristianismo. John Simpson, professor de Teologia na Universidade de Glasgow, foi duramente criticado por ensinar ideias deístas sobre a Trindade e Jesus.






Mas na França, os deistas, eram muito mais hostis ao Cristianismo, apresentaram suas idéias como um alternativa ao Cristianismo, não como uma reforma dele. Um livro intitulado, “Dificuldades com a religião” publicado anonimamente em 1710, atacava o Cristianismo, em geral à Igreja Católica, como supersticiosa, contraria à razão e arrogante.

O deista francês mais eminente foi sem duvida, François Marie Arouet, normalmente conhecido como Voltaire, ele era considerado como um paladino defensor da razão, do pensamento de direita. Voltaire zombava classificando a igreja Católica, como uma organização para as ordens inferiores e ignorante, mas que dificilmente se sustentava se fosse alvo de um estudo objetivo. Voltaire era festejado pelos aristocratas a sua volta, reunia-se num circulo de outros racionalistas, os chamados filósofos.

Então, retrospectivamente, podemos dizer que de um ponto de vista religioso, o Iluminismo europeu representou um grande experimento: a tentativa de colocar o Cristianismo sobre um fundamento exclusivamente racional. Os argumentos dos deistas, e subsequentemente  dos ateístas, que rejeitavam mesmo o que os deistas defendiam, mostraram que esse experimento tinha fracassado. A questão sobre o que deveria substituí-lo seria um problema chave para o final do século XIX, na verdade, ainda permanece como uma questão atual.


Fonte: Esceptico Racional
Texto Autorizado.


7 comentários:

  1. Gostei do texto, ja que por sua leitura, podemos perceber que ha muito tempo, ja existiam pessoas, que assim como nós, pregavam a desmitificação do Cristianismo e a exaltação da razão. Sou deísta e concordo que o cristianismo é pura e simplesmente mais uma lenda que algo sobrenatural, como os cristãos costumam acreditar!

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  2. Desde a revolução protestante e até mesmo antes dela o deísmo já era difundido, inclusive por alguns cristão católicos ortodoxos; iluminatis, maçons, protestantes, enfim, o idealismo deísta surge e se faz surgir em vários aspectos religiosos, porém a filosofia deísta é muito particular, embora tenhamos algumas liturgias sobre o assunto, no meu ponto de vista a filosofia deve ser pessoal, dentro da essência deista cada qual teve ter sua própria interpretação.

    Eu acredito que a interpretação é um ponto fundamental para a concepção pessoal do deísmo, por exemplo, o deísmo é uma filosofia democrática, podemos ter católicos deistas, espíritas deistas, maçons deistas e por ai vai. É mais ou menos assim, a bíblia por exemplo é um livro exclusivamente cristão, certo? Mas não podemos dizer que não seja um livro de auto ajuda; se você interpretá-la da forma que deseja, verá que muitas coisas nela escrita lhe convém e porque não? Isso para qualquer outro assunto ou liturgia.

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  3. Desculpe-me Aurélio mas, ninguém pode ser deísta católico, deísta espírita ou deísta "alguma religião". O deísta não acredita e não se baseia em nenhuma doutrina ou religião. Pelo que percebo, não entendeu ainda muito bem o que é deísmo.

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  4. Paulo Menegotto!

    O que queria dizer é que por vezes dentro das religiões, ou seja, nas entre linhas filosóficas de cada religião, pode sim existir o deísmo. O deísmo inserido no aspecto pessoal religioso pode de certa maneira existir e manifestar-se, Galileu, Darwin, Miguelangelo e até Allan Kardec são alguns exemplos. Estes que citei foram pessoas pensantes, pesquisadores e estavam sempre a questionar e embora pudessem compreender e aceitar, nem sempre concordavam, como disse, estavam sempre a questionar.

    Então meu caro amigo, o deísmo no seu primórdio é evidente o questionamento dentro das religiões.

    Mas tente separar as coisas, religião propriamente dita de sua filosofia, ou seja, dentro de cada religião há uma atitude filosófica e sendo filosofia é uma fonte de questionamentos.

    Eu particularmente entendo que o deísmo sendo uma filosofia não deva estar necessariamente preso a doutrinas ou regras, pelo contrário, filosofia significa ação; atitude e nossa atitude é raciocinar sobre as regras perfeitas do u8niverso, ou seja, a ciência exata que ocorre infinitamente.

    Por fim, acredito haver pessoas, embora religiosas, porem não doutrinadas ou fanáticas, que estejam na busca pelo conhecimento, indagando-se, questionando-se, discutindo, concordando e discordando, porém dentro da razão; aceitando, mesmo o que não lhe convém.

    Deísmo nada mais é que uma revolução e evolução pessoal, independentemente.

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  5. Quem confunde o Deísmo com religião ainda não compreendeu o seu contexto. Como o amigo acima sitou, não dá para ser Deísta Católico, espirita ou sei lá o que. Ou você é ou não é.

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  6. Parece-me que falta ainda um bom livro, atualizado, sobre o Deísmo.

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