Deus dos filósofos, primeiro motor e o deísmo
Em um período de grandes discussões sobre o que seria Deus, pregadores como Paulo e entre outros, que ajudaram a disseminar argumentos teístas os quais foram utilizados
pelo cristianismo posteriormente, por exemplo; precisar-se-ia superar o Deus dos filósofos (pensado por alguns filósofos da Grécia antiga e levado adiante por alguns
gregos). Como esse Deus quase "deísta" contribuiu para o surgimento do deísmo? O Deus filosófico tratava-se de um ser supremo,fechado em si mesmo, eterno imutável,puro pensamento, chegando a se demonstrar um "Deus matemático" e, a principal característica que torna evidente a divergência com o Deus da bíblia, é o fato
dele jamais se preocupar com o homem e seu pequeno mundo (RATZINGER, 1970).
Por conseguinte, percebe-se resquícios da filosofia parmenídica, levando em consideração as cinco primeiras características demonstradas; isso é importantereconhecer, pois a elaboração feita por Parmênides sobre o que seria "o ser" e de forma racionalmente demonstrada, interligou-se-á ideia de Deus, assumindo uma roupagem diferente. O "Deus matemático" e não interventor, voltariam a ser conceitos importantes dentro da argumentação de Voltaire para fundar o deísmo.
Por conseguinte, percebe-se resquícios da filosofia parmenídica, levando em consideração as cinco primeiras características demonstradas; isso é importantereconhecer, pois a elaboração feita por Parmênides sobre o que seria "o ser" e de forma racionalmente demonstrada, interligou-se-á ideia de Deus, assumindo uma roupagem diferente. O "Deus matemático" e não interventor, voltariam a ser conceitos importantes dentro da argumentação de Voltaire para fundar o deísmo.
Contudo, antes de falar de Voltaire e o surgimento do deísmo, precisar-se-ia provar a existência de Deus racionalmente, algo que os demais defensores do Deus dos filósofos não haviam pensado. O principal argumento e, utilizado na maioria das vezes pelos deístas, foi do primeiro motor, elaborado por Tomás de Aquino. Segundo TOMÁS: "Tudo o que se move, é movido por outro. Nada se move a não ser que, enquanto potência, está orientado aquele pelo que se mova. Por sua parte, quem move está em ato. Pois mover não é mais que por quem está em ato. A potência não pode parar a ato por mais que por quem está em ato vá a si mesmo. Todo o que se move necessita ser movido por outro. Mas, o que é movido por outro se move, e necessita ser movido por outro, e este por outro. Este proceder não se pode chegar indefinidamente, porque não chegaria ao primeiro que move, e assim não haveria motor algum, pois os motores últimos não movem mais que por serem movidos pelo primeiro motor."(AQUINO, 2001, p.111)
Este argumento nunca foi rebatido de forma efetiva, principalmente por ter sido racionalmente elaborado. Voltaire resgata-o e, utiliza, duas características do Deus
filosófico; Deus matemático e sua não intervenção na cotidianidade humana, apesar de o deísmo enquanto filosofia não nega tal interferência. O resgate do argumento utilizado na filosofia tomista, dá-se quando Voltaire admite a imutabilidade das leis matemáticas, mas também afirma sua impossibilidade de agir por si mesma, necessitando de um primeiro motor; cita também aspectos da natureza, como a posição da terra, ou seja, é possível "enxergar" Deus pela natureza e sua perfeição, que necessariamente tudo isso precisou de um primeiro motor (VOLTAIRE, 1736).
Sobre o Deus matemático, evidencia-se dentro do deísmo quando o seu "pai" rebate argumentos dos que acreditam em milagres; de forma coesa, reconhece o milagre como
uma violação das leis matemáticas, divinas, imutáveis e eternas e, caso o grande criador do universo ou multiverso, como preferir, previu alguma imperfeição, teria corrigido-a de antemão (VOLTAIRE, 1764). Tal interferência trataria-se de ser uma fraqueza deste ser supremo e infinitamente inteligente, pois, em algum momento, cometeu um erro e
precisou corrigir com um "milagre". A última captura de Voltaire em relação ao que pensaram os gregos, foi a não interferência deste ser no mundo dos homens.
Num primeiro momento, o francês percebe que a mão humana e seus cinco dedos são mais importantes para o homem que Deus, porque todos os homens nascem dos uma mão e seus cinco dedos e possuem conhecimento disto, mas nenhum nasce com o conhecimento de Deus e sequer crê nele. Porém, as colocações deístas não poderiam se resumir isso; contudo , a ideia de liberdade, desempenha um importante papel em sua filosofia, tanto a dos homens como a de Deus (VOLTAIRE, 1736). A liberdade dos homens e dos animais torna-se-ia admissível, simplesmente porque
este ser, infinitamente inteligente, havera dado aos homens e aos demais seres vivos a possibilidade de conduzirem suas vidas da maneira que lhes parecer conveniente. Porém, em caso de possíveis interferências, a liberdade de Deus também estaria perdida. Se Deus age pelo homem, determinando-o, logo não é livre, pois fica responsável por esta tarefa e a ela permanece preso (VOLTAIRE, 1736).
Sobre o Deus matemático, evidencia-se dentro do deísmo quando o seu "pai" rebate argumentos dos que acreditam em milagres; de forma coesa, reconhece o milagre como
uma violação das leis matemáticas, divinas, imutáveis e eternas e, caso o grande criador do universo ou multiverso, como preferir, previu alguma imperfeição, teria corrigido-a de antemão (VOLTAIRE, 1764). Tal interferência trataria-se de ser uma fraqueza deste ser supremo e infinitamente inteligente, pois, em algum momento, cometeu um erro e
precisou corrigir com um "milagre". A última captura de Voltaire em relação ao que pensaram os gregos, foi a não interferência deste ser no mundo dos homens.
Num primeiro momento, o francês percebe que a mão humana e seus cinco dedos são mais importantes para o homem que Deus, porque todos os homens nascem dos uma mão e seus cinco dedos e possuem conhecimento disto, mas nenhum nasce com o conhecimento de Deus e sequer crê nele. Porém, as colocações deístas não poderiam se resumir isso; contudo , a ideia de liberdade, desempenha um importante papel em sua filosofia, tanto a dos homens como a de Deus (VOLTAIRE, 1736). A liberdade dos homens e dos animais torna-se-ia admissível, simplesmente porque
este ser, infinitamente inteligente, havera dado aos homens e aos demais seres vivos a possibilidade de conduzirem suas vidas da maneira que lhes parecer conveniente. Porém, em caso de possíveis interferências, a liberdade de Deus também estaria perdida. Se Deus age pelo homem, determinando-o, logo não é livre, pois fica responsável por esta tarefa e a ela permanece preso (VOLTAIRE, 1736).
Por fim, perceber-se-á que algumas características do Deus dos filósofos foram recuperadas na filosofia deísta de Voltaire e, não somente, a argumentação que Tomás
de Aquino elaborou racionalmente para provar a existência de Deus, ao expor a necessidade de um primeiro motor, possibilitaram ao deísmo sua efetividade ecredibilidade, distinguindo-se do teísmo. No deísmo, Deus é provado e "encontrado"racionalmente; logo, precisa-se fé na razão e razão para conceber Deus.
Bibliografia:
RATZINGER. Introdução ao cristianismo. Pimeira. São Paulo: Herder, 1970. P.229.
AQUINO. Suma de teología. Quarta.Madrid: Biblioteca de autores cristianos, 2001.
P.499.
VOLTAIRE. Dicionário filosófico. Ridendo Castigat Mores. Genebra: Jahr, 1764. P.449.
VOLTAIRE. Tratado de metafísica. Primeira. Paris: Clube dos autores, 1736. P.88.
Texto Autorizado
Arthur Délia
Membro e Colaborador
voluntário da União Brasileira dos Deístas
Membro e Colaborador
voluntário da União Brasileira dos Deístas
O "deus" dos filósofos, é o de Espinoza ???
ResponderExcluirNão. Trata-se de Deus na concepção na Grécia antiga.
ResponderExcluirMuito bom o texto, parabéns pela costura histórica e retórica. Voltaire para mim é o maior profeta da filosofia deísta.
ResponderExcluirExiste um mundo além do deísmo na Grécia antiga. Quanta besteira!
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