História

As raízes do deísmo estão ligadas aos antigos filósofos gregos e sobretudo à filosofia aristotélica da primeira causa. Mais tarde este movimento floresce durante o Iluminismo, com o apoio de cientistas britânicos e italianos, como Galileu Galilei e Isaac Newton.

As primeiras obras de críticas a Bíblia, tais como Thomas Hobbes no Leviatã e Spinoza no Tratado Político Teológico, bem como obras de autores menos conhecidos, como Richard Simon e Isaac La Peyrère, pavimentaram o caminho para o desenvolvimento do deísmo crítico.

Edward Herbert, considerado o "pai do deísmo inglês", retratado por Isaac Oliver (1560–1617)
Edward Herbert, Lorde de Cherbury (1583-1648), é geralmente considerado como o "pai do deísmo inglês", e seu livro De Veritate (na verdade, It Is Distinguished from Revelation, the Probable, the Possible, and the False) (1624) a primeira grande demonstração do deísmo.

Herbert apresentou os pontos básicos do deísmo que pode ser resumido na seguinte maneira: "Deus existe, e pode ser cultuado pelo arrependimento e por uma vida de tal modo digna, que a alma imortal possa receber a recompensa eterna em vez do castigo". Outros deístas influentes, como Charles Bloynt (1654-1693), John Tolarndt(1670-1722), Lorde Shaftesbury (1671-1713) pregaram que o cristianismo não era um mistério e poderia ter sua autenticidade verificada pela razão; tudo o que não pudesse ser provado pela razão deveria ser descartado.

Entretanto, foi na época do Iluminismo no final do século XVII, que o movimento deísta atingiu o seu apogeu a partir dos escritos de autores ingleses e franceses como Thomas Hobbes, John Locke, Jean Jacques Rousseau e Voltaire. O mais famoso dos deístas franceses foi Voltaire, que adquiriu o gosto pela ciência newtoniana, e reforçou inclinações deístas, durante uma visita de dois anos a Inglaterra a partir de 1726.

Ao mesmo tempo, com a imigração de deístas ingleses, a divulgação dos escritos deístas e a difusão das ideias iluministas nas Treze Colônias contribuíram para popularizar o deísmo nos Estados Unidos, com os escritos dos norte-americanos, John Quincy Adams, Ethan Allen, Benjamin Franklin, Thomas Jefferson, James Madison, George Washington e, especialmente, Thomas Paine em seu livro A Era da Razão. Os princípios deístas, especificamente tiveram efeito sobre as estruturas política e religiosa dos Estados Unidos, tais como a separação entre Igreja e Estado e a liberdade religiosa.

O deísmo, geralmente considerado como uma influente escola de pensamento, declinou em cerca de 1800. O termo deísta tornou-se raramente utilizado, mas as crenças deístas, suas ideias e influências não. Elas podem ser vistas no século XIX na teologia liberal britânica e na ascensão do unitarianismo, que adotou muitas das suas crenças e ideias. Mesmo hoje, há um número significativo de sites deístas.

Também existe o ateísmo deísta. Uma corrente filosófica na qual os ateus, aqueles que não acreditam em nenhuma divindade superior, são deístas. Mais precisamente: estes, os ateus, acreditam que eles próprios são deuses, em cada caso, o mais comum é acreditar que é o deus de sua própria vida (portanto, não um ser onipotente que criou os céus e a Terra), sendo o controlador magnânimo desta.

Fatores que contribuíram para o declínio geral na popularidade do deísmo a aceitação do panteísmo por muito deístas, o que gerou o surgimento do pandeísmo.
as influencias dos escritores céticos e (mais tarde, darwinistas) aumentaram dúvida sobre o argumento da primeira causa e do Argumento Teleológico, transformando muitos (embora não todos) potenciais deístas em agnosticos ou ateus.
e campanhas anti-deísta e anti-racionalismo dos clérigos, com o intuito de caluniar o deísmo e equipará-lo com o ateísmo na opinião pública.

Características

Os deístas não estão presos a nenhum tipo de mitologia ou dogma, podendo ou não acreditar em algum tipo de pós-vida. Frequentemente, os deístas se encontram insatisfeitos com as religiões denominacionais, e apresentam, geralmente, algumas afirmações que os diferenciam dos religiosos e teístas.

Na idade contemporânea, muitas pessoas que se descobrem como deístas, através das definições mencionadas, se perguntam se os deístas por não frequentarem nenhuma religião, não rezam também. A resposta é simples. Cada deísta possui uma visão diferenciada sobre Deus e sobre moral, mas sempre sob a sua influência cultural e nunca de ordem religiosa. Rezar em uma instituição organizada e religiosa está fora da sua aceitação. No entanto, alguns deísta rezam sim, mas de forma isolada. As orações não seguem um ritual e nem uma doutrina específica. Podemos encontrar como sugestão a "Oração da Felicidade Plena" de autoria de Marco Antonio Okuma, deísta há mais de 30 anos. A oração está disponível de forma gratuita para download. O autor também foi o primeiro escritor no Brasil a lançar um livro com o título "Deísmo" que retrata novas concepções sobre sexualidade e religiosidade.


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