As origens do Deísmo
O racionalismo aparece então, e se desenvolve nos séculos XVII e XVIII, se expressando através do deísmo como resposta a este escolasticismo. O deísmo criou um sistema de fé num Deus transcendente que abandonou sua criação ao governo das leis naturais descobertas pela razão. Deus se torna ausente. Para o deísmo Deus está acima e além da Sua criação.
Seus Ensinos
O deísmo parecia estabelecer uma religião ao mesmo tempo natural e científica. Uma religião sem revelação escrita, enfatiza o céu como uma realidade totalmente distinta da terra com a lei moral. Os deístas ensinavam que as leis naturais da religião eram encontráveis pela razão - era a crença num Deus transcedente entendido como Causa Primeira de uma criação marcada pelas seqüências de um plano. Eles criam que Deus deixou sua criação reger-se por leis naturais; assim, não havia lugar para milagres, nem para a Bíblia como revelação de Deus, nem para providência ou para Cristo como um Deus-homem. Somente Deus deveria ser cultuado pois Cristo era simplesmente um mestre. A piedade e a virtude eram o culto mais importante que se podia prestar a Deus, cujas leis éticas estão na Bíblia. O homem tinha que arrepender-se do erro e viver conforme as leis éticas, pois a alma é imortal e está sujeita a recompensa ou ao castigo depois da morte.
Líderes do movimento
Edward Herbert, Lord de Cherbury (1583-1648), apresentou os pontos básicos que pode ser resumido na seguinte frase: Deus existe, e pode ser cultuado pelo arrependimento e por uma vida de tal modo digna, que a alma imortal possa receber a recompensa eterna em vez do castigo. Charles Bloynt (1654-1693) foi outro deísta influente. John Tolarndt (1670-1722), Lorde Shaftesbury (1671-1713) e outros pregaram que o cristianismo não era um mistério e poderia ter sua autenticidade verificada pela razão. E tudo que não pudesse ser provado pela razão deveria ser recusado.
Difusão do deísmo
No século XVIII difundiu-se na França, pois encontrou nos filósofos deste século um ambiente propício. Alguns deístas ingleses., como Herbert e Shaftesbury, foram à França e tiveram seus livros traduzidos e publicados amplamente; e também alguns deístas franceses, entre os quais Rousseau e Voltaire, também foram à Inglaterra. O deísmo de Rousseau foi desenvolvido no Emile e o de Voltaire está em todos os seus escritos contra a Igreja e a favor da tolerância.
Edward Herbert, Lord de Cherbury (1583-1648), apresentou os pontos básicos que pode ser resumido na seguinte frase: Deus existe, e pode ser cultuado pelo arrependimento e por uma vida de tal modo digna, que a alma imortal possa receber a recompensa eterna em vez do castigo. Charles Bloynt (1654-1693) foi outro deísta influente. John Tolarndt (1670-1722), Lorde Shaftesbury (1671-1713) e outros pregaram que o cristianismo não era um mistério e poderia ter sua autenticidade verificada pela razão. E tudo que não pudesse ser provado pela razão deveria ser recusado.
Difusão do deísmo
No século XVIII difundiu-se na França, pois encontrou nos filósofos deste século um ambiente propício. Alguns deístas ingleses., como Herbert e Shaftesbury, foram à França e tiveram seus livros traduzidos e publicados amplamente; e também alguns deístas franceses, entre os quais Rousseau e Voltaire, também foram à Inglaterra. O deísmo de Rousseau foi desenvolvido no Emile e o de Voltaire está em todos os seus escritos contra a Igreja e a favor da tolerância.
A imigração de deístas ingleses, a divulgação dos escritos deístas e a presença de oficiais deístas do Exército Inglês nos Estados Unidos durante a guerra de 1756-.1763, ajudaram a introduzir o deísmo nas colônias. “A Idade de Razão”, de Paine, (1795), contribuiu para popularizar essas idéias deístas.
O deísmo fracassou, pois o mesmo foi muito criticado, dezenas de livros foram escritos nos quais se discutiam suas teses. Porém, o que por último fez com que o deísmo perdesse o ímpeto foram os ataques do filósofo escocês David Hume.
O termo deísta tornou-se raramente utilizado, mas as crenças deístas, suas ideias e influências não. Elas podem ser vistos no século XIX na teologia liberal britânica e na ascensão do Unitarianismo, que adotou muitas das suas crenças e ideias. Mesmo hoje, há um número significativo de sites deístas.
Vários fatores contribuíram para um declínio geral na popularidade do deísmo, incluindo:o surgimento, crescimento e propagação do naturalismo e do materialismo, que foram ateístas; os escritos de David Hume e Immanuel Kant (e mais tarde, Charles Darwin), que aumentaram dúvida sobre o argumento da primeira causa e do Argumento Teleológico, transformando muitos (embora não todos) potenciais deístas ao ateísmo ou panendeísmo; perda de confiança em que a razão e o racionalismo poderiam resolver todos os problemas; críticas de excessos da Revolução Francesa; críticas que o livre pensamento levaria inevitavelmente ao ateísmo;
uma campanha antideísta e anti-razão de alguns clérigos cristãos para caluniar o deísmo e equipará-lo com o ateísmo na opinião pública;
revivalismo de movimentos cristãos que afirmavam que uma relação pessoal com uma divindade era possível.
OBS: " A palavra (deísmo, observação nossa) vem do latim Deus, 'deus'. Os socinianos introduziram o termo no século VI. Porém, veio a ser aplicado a um movimento dos séculos XVII e XVIII, que enfatizava que o conhecimento sobre questões religiosas e espirituais vem através da razão, e não através da revelação, que sempre aparece como suspeita e como instrumento de fanáticos e de pessoas de estabilidade mental questionável. 1. Essa circunstância outorga-nos a característica básica do deísmo: um conhecimento adquirido através da razão, e não através da revelação. A isso chamamos de religião natural, em contraste com a religião sobrenatural…" (R.N. CHAMPLIN. Deísmo. In: Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia, v.2, p.38).
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